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  • Writer's pictureDayane Gomes

Prouni: um incentivo para pessoas de baixa renda ingressarem em universidades

Updated: Dec 4, 2019


Vídeo produzido por Dayane Gomes.


Desde a sua fundação, o programa já assistiu mais de 2,4 milhões de estudantes no Brasil.

Entrar em uma universidade é o sonho de qualquer pessoa que almeja uma melhor qualidade de vida. Jovens passam anos se dedicando para fazer a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), porém pela concorrência ser muito grande e o número de candidatos aumentar a cada ano, muitos não conseguem ser aprovados no exame. Cada vez mais, universidades particulares têm sido procuradas como uma alternativa de dar continuidade ao sonho dessas pessoas, e permitir que elas não se limitem apenas ao ensino público das universidades federais. Contudo, nem todos possuem condições de pagar por esse ensino, principalmente se a universidade for de referência. É neste momento que programas de bolsas de estudo como o Prouni são essenciais na vida dessas pessoas, dando a elas oportunidades de terem um ensino de qualidade.


O Programa Universidade Para Todos (Prouni) é uma iniciativa do governo federal com a finalidade de oferecer bolsas de ensino em faculdades particulares para estudantes de baixa renda e que ainda não tenham um diploma de nível superior. O programa foi criado em 2004 e institucionalizado pela Lei n° 11.096, em 13 de janeiro de 2005. O Prouni possui dois tipos de bolsas a serem disponibilizadas.


As bolsas integrais: Bolsas de 100%, aquela em que o aluno não precisa pagar nada para estudar e o valor das mensalidades é coberto pelo próprio governo. Tais bolsas são oferecidas para alunos que possuem uma renda familiar mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa.

As bolsas parciais: Bolsas de 50%. Neste caso, o aluno precisa bancar metade da mensalidade da universidade, sendo a outra suprida pelo governo. Para obter a bolsa, o aluno precisa ter uma renda familiar mensal até três salários mínimos por pessoa.


“A importância de conseguir estar aqui é, também, um processo de desconstrução, de encontrar um espaço em que, anteriormente, jamais seria ocupado por alguém como eu: negro, de comunidade, escola pública, de uma família de baixa renda e agora estou inserido em um ambiente que, antes, era um privilégio de poucos.” Alexandre Ricardo, estudante de Jornalismo da Unicap.

Para conseguir o benefício, os alunos precisam se inscrever e as bolsas são distribuídas de acordo com o rendimento do candidato no Enem. Desde que foi fundado o programa já assistiu mais de 2,4 milhões de estudantes, sendo 69% com bolsas integrais. Esse tipo de oportunidade é essencial na vida de muitas pessoas. Para o estudante de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, Alexandre Ricardo, o programa lhe deu uma oportunidade que ele jamais pensou que pudesse conseguir.




“Jamais eu teria condições de arcar com a mensalidade de uma faculdade como essa. Se não fosse por esta bolsa eu não estaria cursando jornalismo. A importância de conseguir estar aqui é também um processo de desconstrução, de encontrar um espaço em que anteriormente jamais seria ocupado por alguém como eu, negro, de comunidade, escola pública, de uma família de baixa renda, e agora estou inserido em um ambiente que antes era um privilégio de poucos. É necessário entender também que não é um favor que me foi dado. Consegui a bolsa através do meu esforço, pela nota do ENEM e todos que conseguiram lutaram por esse espaço”, conta Alexandre.


Historicamente o acesso ao ensino universitário sempre foi restrito a grupos de pessoas de alta renda. Nos últimos anos, esses cenários passam a ser modificados e uma inclusão mais significativa pode ser observada. Em 2019, pela primeira vez negros passam a ser maioria em universidades públicas do Brasil. Segundo o IBGE através da pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil” houve um número de mais de 1,14 milhão de pessoas declaradas pretas ou pardas matriculadas em universidades públicas, já os brancos ocupavam 1,05 milhão.


O sociólogo Afonso Chaves explica um pouco desse processo de inclusão. “As políticas governamentais recentes alargaram bastante o universo dessas pessoas dentro das universidades em comparação ao que se tinha, pela oferta de novas matrículas tanto no setor público quanto no setor privado, além de políticas de cotas visando o ingresso daqueles que historicamente estiveram às margens do ensino. Contudo, isso não deve ser pensado de forma isolada, mas sempre pensado no âmbito de políticas públicas, pois assim pode ser utilizado de uma maneira que atinja a todos”.

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