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Sala de aula: um misto de vocação e força de vontade

Updated: Dec 5, 2019

A rotina de André Phelipe, de 22 anos tem início por volta das 4h da manhã. O estudante do 5º período do curso de Licenciatura Plena em Física sempre teve os números como paixão. Na hora da escolha profissional também procurou seguir o caminho das ciências exatas. O trajeto de segunda à sexta é exaustivo, mas ele ressalta que vale a pena pois é um sonho ser professor e contribuir na vida de outras pessoas. 


“Eu saio de casa às 5h30 da manhã e vou para o estágio, no colégio Imaculado Coração de Maria, localizado em Olinda. Também sou monitor da Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, que fica em Camaragibe. Por último sigo para universidade Federal Rural de Pernambuco, no bairro de Dois Irmãos, onde estudo no horário da noite. Ao todo são sete ônibus, contando de manhã até finalmente chegar em casa em Maranguape II às 23h”. 






Phelipe na sala de aula com seus alunos do ensino médio da rede estadual de educação. Foto: arquivo pessoal



André Phelipe sempre teve vontade de ajudar um grande número de pessoas. Durante a escola, já admirava alguns de seus professores, mas ainda tinha dúvidas se a sala de aula seria seu lugar. Porém, tinha em sua mente que o conhecimento é a única maneira de mudar realidades e inserir pessoas numa sociedade caracterizada pela desigualdade.


“Sempre tive vontade de ajudar o maior número de pessoas. Enquanto criança queria ser muito rico para acabar a fome do mundo. Depois de um tempo percebi que este sonho era utópico. Quando estava no ensino médio, havia alguns professores que sempre foram exemplo para minha formação como cidadão”, afirma Philipe.


“Esses profissionais me faziam pensar sobre o mundo e me mostravam formas de interpretar situações do cotidiano que antes eu não tinha entendimento, assim tive a certeza que poderia ser assim para outros estudantes e incentivá-los a ter um futuro produtivo e melhor”, complementa.


Além das dificuldades enfrentadas até a chegada na universidade, também existem obstáculos dentro da instituição.  O estudante de Licenciatura em Física comenta que o curso precisa de uma dedicação redobrada, e já pensou em mudar de área, mas o gosto pela docência não permitiu. 


“Ainda na época de prestar vestibular, eu pensei em fazer Engenharia Mecânica, pois tinha um pouco de insegurança em ser professor. Sabemos que é uma profissão de bastante esforço, e pouco retorno. Fiz o Enem e usei a nota para um curso técnico em Mecânica industrial, porém a gosto pelo ensino foi maior, decidi no meio do ano tentar Sisu. Foi quando ingressei no meu curso e me identifiquei. Você tem dois caminhos, desistir de tudo ou lutar e vencer. Sempre escolhi tentar, vencer e seguir os estudos”.  


Alunos e o professor Phelipe durante campeonato de física. Fonte: arquivo pessoal


A tecnologia na sala de aula

O uso da tecnologia na sala de aula vem crescendo cada vez mais. Sair do padrão quadro, caderno e lápis está se tornando uma realidade. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), de 2016. Entre os principais equipamento utilizados para atividades, estão o tablet, videogame e até o celular, visto em algumas situações como vilão, por tirar a atenção dos estudantes. Philipe fala como o uso do meio tecnológico pode ajudar no aprendizado. “Participei com meus alunos do colégio Imaculado Coração de Maria de uma competição de foguetes. Na oficina confeccionamos e lançamos foguetes enquanto discutimos sobre lançamento oblíquo, leis de Newton, termodinâmica, conservação da energia mecânica, ou seja, com a tecnologia aprendemos física de uma maneira mais divertida”, afirma Phelipe. 

“Assim como sou o artista principal da minha história, a partir da minha contribuição, estão se formando novas histórias. A maior dificuldade é saber encontrar métodos de ensino que faça com que todas essas histórias sejam alcançadas e a aula chata se torne um conhecimento levado para toda a vida. Participei com os alunos colégio Imaculado Coração de Maria de uma competição de foguetes”, fala Phelipe. 

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